Assista “AmarElo” clipe de Emicida com participação de Pabllo Vittar e Majur
25/06/2019Após exaltar de onde emana o poder verdadeiro no single “Eminência Parda”, Emicida encaixa mais uma peça em seu próximo projeto de estúdio, que ele tem preferido chamar de experimento social em vez de disco – “apesar de ser nobre conduzir uma experiência sonora por, mais ou menos, uma hora, é preciso ter cuidado para cultura da música não ser engolida pela cultura das plataformas”. Lançada pela Laboratório Fantasma e distribuída pela Sony Music, “AmarElo” é a segunda música apresentada pelo rapper paulista e também a faixa que dá nome ao novo trabalho que está sendo proposto por ele. Veja aqui:
“No primeiro passo desse processo, a nossa intenção era que as pessoas se sentissem grandes ao olharem no espelho. Agora, a ideia é que elas observem ao redor e se enxerguem maiores do que os seus problemas, independente de quais sejam”, diz Emicida. Para isso, o artista convidou as cantoras Pabllo Vittar e Majur para participarem do registro. Elas dão voz ao poema “Permita que Eu Fale”, do próprio Emicida, e a um trecho de “Sujeito de Sorte”, de Belchior. “As duas trazem, em suas vivências e em suas obras, histórias bonitas a respeito de acreditar em si e de lutar contra o mundo para ser quem são”, pensa Emicida.
É emblemático e potente que, em pleno 2019, esses três nomes cantem os versos “ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro” – lembrando que: a cada 23 minutos, um jovem negro morre no país (segundo relatório do Mapa da Violência, de 2014); enquanto, a cada 20 horas, um LGBTQ+ tem morte violenta no Brasil, sendo mais de 72% dos casos assassinatos e 24% de suicídios (este levantamento foi feito pelo GGB – Grupo Gay da Bahia, mais antiga associação de defesa dos direitos da população LGBTQ+ no país).
“A música é cheia de mensagens importantes, atuais e que retratam a diversidade, a luta e a força que vivemos todos os dias. O valor social que ‘AmarElo’ carrega é enorme e vai promover reflexões que precisam, cada vez mais, ser levantadas“, reflete Pabllo.
“AmarElo” ganhou um videoclipe impactante – gravado no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro – com a participação de Emicida, Pabllo Vittar e Majur. O registro audiovisual abre com um áudio de uma pessoa próxima ao rapper que tentou o suicídio (hoje, o dono do depoimento está bem). Ainda compõem a narrativa personagens que têm as suas cicatrizes como coadjuvantes, não, melhor, figurantes. Assista aqui.
“Dividir a cena com eles dois é um marco na minha carreira e, principalmente, na música brasileira”, define a cantora não-binária Majur. “É muita representatividade em um momento que precisamos ter voz. ‘AmarElo’ traz na sua poesia o retrato de um Brasil de multiplicidade e que ressignifica a sobrevivência de um povo que me identifico muito. Canta a busca por nosso lugar social”, completa.
Trata-se da concepção de um hino para todos aqueles que merecem apenas um destino final: o pódio.
O experimento social AmarElo
Emicida concebeu a sua carreira de maneira que ela transcendesse as formas de gerenciar a trajetória de um artista. Em um momento da história em que o mercado era regido por vender discos e fazer shows, o rapper paulista e a Laboratório Fantasma prontamente entenderam que esse módus operandi era obsoleto e que, para existir com solidez no século 21, era necessário rever completamente essa lógica. “Daí, nasceu o que chamamos de experimento social. O que, de fato, conduzimos desde quando compreendemos a dimensão das primeiras visualizações em 2006, a produção e venda das mixtapes caseiras, a imersão nos programas de TV de grande audiência, as tours internacionais, a proximidade com o universo geek, os desfiles de moda, etc“, explica Emicida. Tudo isso faz parte do grande experimento social que demonstra – a cada etapa – a possibilidade real de transformar os lugares com música. “Agora, decidimos trazer este termo para a luz da ribalta e ilustrar de forma mais consistente como compreendemos o que é ser, em nosso tempo, um artista que muitas vezes vê a sua produção transcender, inclusive, a própria arte“, finaliza.
[…] Dessa forma, teremos o show na íntegra, com todas as musicas cantadas pelo rapper na produção original da Netflix. Quase todas as canções do álbum AmarElo estarão presentes, além de outros sucessos de Emicida como Levanta e anda, Hoje cedo e Pantera Negra. O álbum “AmarElo” fez grande sucesso e contou com participações epeciais. […]