Lizzo diz que movimento body positivity foi “sequestrado” e se tornou muito “comercializado”
28/09/2020Ganhadora de três prêmios Grammy, o ícone pop Lizzo acredita que o movimento body positivity, que prega a aceitação de todas as formas e tamanhos de corpos, foi transformado em algo ‘comercial’ pelo mainstream e ‘sequestrado’ por aqueles que não precisam dele.
A cantora, que é uma das referências na mídia e voz ativa quando o assunto é o movimento body positivity, fez os comentários enquanto comemorava ser a “primeira grande mulher negra” a aparecer na capa da revista Vogue.
“Agora, você olha para a hashtag ‘corpo positivo’ e vê meninas menores, com mais curvas. Muitas garotas brancas. Muitas garotas brancas. E eu não acho nada sobre isso porque a inclusão é o tema da minha mensagem sempre”, disse a voz do sucesso “Truth Hurts”.
A artista de 32 anos disse que estava feliz que o movimento tivesse se popularizado, mas que não gostou de como as pessoas para quem o termo foi criado “não estão se beneficiando dele”.
“Meninas com costas gordas, meninas com barrigas caindo, meninas com coxas que não são separadas, que se sobrepõem. Garotas com estrias. Garotas que estão no clube dos maiores tamanhos. Elas precisam se beneficiar do… efeito no mainstream do movimento body positive. Mas como tudo que se torna popular, se transforma. Isso se torna — você sabe, se torna aceitável”, disse Lizzo.
Ela diz que seria “preguiçoso” da parte dela se “dizer positiva com o corpo”, no momento. Ela quer que o corpo gordo seja apenas normalizado.
“Eu quero normalizar meu corpo. E não apenas ficar tipo, ‘Ooh, olha esse movimento que legal. Ser gordo é positivo para o corpo'”, continuou.
“Não, ser gordo é normal. Acho que agora devo isso às pessoas que começaram esse movimento. Não apenas parar por aqui. Temos que deixar as pessoas desconfortáveis de novo para que possamos continuar mudando. Mudar é sempre desconfortável, certo?”, completou a artista.