S.E.N.S.A.C.I.O.N.A.L! 8 mistura música, política e carnaval
11/02/2020Com quase toda a enorme Esplanada do Mineirão ocupada pela estrutura do festival, mais de 20 mil pessoas curtiram a oitava edição do S.E.N.S.A.C.I.O.N.A.L!. Depois de hiato de um ano, o festival abriu o pré-carnaval da cidade com uma festa colorida, plena e diversa. Em sua 10ª edição, o festival trouxe reflexões: em tempos em que a mentira ganha cada vez mais espaço, ainda é preciso dizer o óbvio?
Em ambiente de trocas e de respeito às diferenças, o festival mostrou que a música e os encontros que ela proporciona podem sim criar espaços de amor e de resistência. Não à toa, os shows com parcerias como Emicida e Pabllo Vittar ou Duda Beat e Gaby Amarantos foram alguns dos momentos mais marcantes do dia.
Os shows começaram com a Nação Zumbi fazendo o público pular de um lado da Esplanada e com o Bloco do Sargento Pìmenta carnavalizando do outro. Em seguida, Graveola, desenvolveu um novo show com versões carnavalescas de suas canções. A banda ainda contou com a participação das bandas de dois dos maiores blocos da cidade, Chama o Síndico e Então, Brilha!
Nem a tempestade que caiu no final da tarde conseguiu desanimar as pessoas, que seguiram dançando no palco Chacoalha ao som da Pequena Morte. O espaço era todo coberto por tendas e ficou tomado. Uma das surpresas da noite foi o show dos cariocas da Biltre em parceria com a divertidíssima Letrux. No encontro mais teatral do festival, com o público cantando várias músicas, a performance não deixou ninguém ficar parado.
Pabllo Vittar, depois de participar do emocionante show do Emicida – o primeiro do disco AmarElo em Belo Horizonte -, atravessou a Esplanada e fez outra dobradinha: desta vez com Duda Beat. A pernambucana, que já havia feito o público vibrar junto com Gaby Amarantos, fez todo mundo ir à loucura no Palco Zuur Gin.
Os encontros realmente marcaram o S.E.N.S.A.C.I.O.N.A.L!. Onze foram divulgados, como o show da Liniker e os Caramelows com Johnny Hooker, que terminaram de cantar Flutua com um beijo e um grito de resistência que vem da própria canção: “ninguém vai poder nos dizer como amar!”. Além das parcerias nos palcos, o festival proporcionou trocas em outros espaços.
Elba Ramalho surpreendeu o público com interpretações de canções de artistas como Banda Eva e Nação Zumbi. O convidado Chico César ainda chegou ao final para colocar “fogo nos fascistas”, mensagem que dialoga fortemente com a proposta do evento. Já Palco Budweiser, a noite terminou com o catártico show do Baianasystem.
Em 10 anos de história, o S.E.N.S.A.C.I.O.N.A.L! passou de um festival que começou “na tora”, fazendo evento para mil pessoas embaixo do Viaduto Santa Tereza para se transformar em um dos grandes festivais do Brasil, realizando uma edição com 40 atrações, e deixando público, equipe e artistas ansiosos pela próxima.